Imagem: La Republica – Colombia
Em meio à aposta do atual governo pela transição energética, o gás liquefeito de petróleo (GLP) se tornou uma alternativa devido à ausência de enxofre e chumbo e ao baixo conteúdo de carbono.
Em entrevista ao La República, Juan Manuel Morales, diretor-geral da Gasco Colômbia, falou sobre o papel desse energético no mercado nacional, bem como sobre a nova planta da companhia.
Qual é a história por trás da Gasco?
A Gasco é uma empresa chilena que comercializa gás liquefeito de petróleo na Colômbia e possui uma trajetória de 160 anos no mercado energético no Chile. Na Colômbia, estamos há pouco mais de 14 anos. Temos cobertura nacional, alcançando 90% do território e distribuímos gás em cilindros, que é consumido principalmente nas áreas rurais.
Além disso, atendemos mercados industriais que necessitam do produto.
Como vocês conseguem ter uma cobertura tão ampla?
A vantagem do GLP é a sua portabilidade e a capacidade de alcançar diferentes regiões sem a necessidade de uma infraestrutura robusta. Podemos estar em áreas urbanas como Bogotá e, ao mesmo tempo, em Arauca, Guainía ou Chocó. Temos 13 plantas na Colômbia.
Em que consistiu o lançamento da nova planta?
O mercado de Norte de Santander é um mercado que consome GLP em grande escala. Recentemente, inauguramos uma planta no departamento, com um investimento de $4.000 milhões em um terreno de 5.000 metros quadrados.
Nosso objetivo é atender às demandas do mercado de Santander e Cúcuta, que são regiões com alta demanda.
Quais marcas vocês possuem?
Temos duas marcas: Unigas e Vidagas, com as quais atendemos principalmente o mercado de áreas montanhosas.
Como vocês avaliam o cenário atual do gás na Colômbia?
O GLP é diferente do gás natural. Embora ambos sejam derivados do petróleo, não estamos imunes à conjuntura nacional. Somos um combustível que atende o mercado e, desde 2016, não apenas utilizamos recursos produzidos na Colômbia, mas também importamos.
Essa é uma dinâmica com a qual lidamos há algum tempo e, como empresa, estamos comprometidos em atender às necessidades de nossos usuários. Vemos o GLP como um complemento dentro da matriz energética do país.
Outro ponto a destacar é a quantidade de lenha que ainda é consumida na Colômbia. Estima-se que mais de 1,5 milhão de lares ainda a utilizem, o que equivale a seis milhões de pessoas.
Isso significa que no país pode haver mais de seis milhões de lares. É necessário considerar as implicações não apenas sob uma ótica ambiental, mas também de saúde pública.
Quantos usuários vocês atendem?
O mercado de GLP no país é de 60.000 toneladas, e temos uma participação de mercado de 16,5%. Em termos territoriais, os departamentos que mais consomem esse gás são Cundinamarca, incluindo Bogotá, e Antioquia.
Qual é a visão e a contribuição de vocês para a transição energética?
Consideramos o gás um combustível de transição. Temos trabalhado em temas de eficiência energética para contribuir com a otimização do consumo de combustíveis existentes.
A Colômbia precisa fazer um esforço nesse processo de transição. Mais do que isso, trata-se de superar o conceito de pobreza energética e garantir que todas as pessoas migrem para alternativas mais sustentáveis.
Fonte: La Republica – Colombia