Lima, 08 de março de 2025.- A XIV Conferência Peru GLP 2025 reuniu especialistas e líderes do setor energético para analisar os desafios e oportunidades no acesso ao Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) no país. O debate focou na alarmante situação de mais de 3,6 milhões de lares em situação de pobreza energética, que ainda dependem de combustíveis altamente poluentes, como lenha e esterco, resultando em graves consequências para a saúde e o meio ambiente.
O GLP tem apresentado um crescimento anual superior a 3%, consolidando-se como o combustível de maior expansão na matriz energética do Peru. Seu uso é predominante nos lares e tem ganhado espaço nos setores industrial e veicular. No entanto, a falta de acesso equitativo continua sendo um problema crítico. Nesse sentido, Sonia La Torre destacou: “Nesses rincões esquecidos, o GLP é o combustível limpo que rompe a barreira do isolamento. Hoje, é o único que chega a todas as regiões do Peru, inclusive às mais remotas. Por isso, trata-se de um recurso fundamental para a transição energética, e o governo não pode ignorá-lo.”
Por sua vez, Jovan Pastor, presidente da Sociedade Peruana de Gás Liquefeito (SPGL), enfatizou a necessidade urgente de ampliar os programas de subsídio. “Cerca de 25% dos lares peruanos ainda dependem de combustíveis poluentes. É fundamental expandir a cobertura do Programa Vale FISE e garantir o acesso ao GLP em regiões afastadas”, afirmou.
O acesso ao GLP enfrenta não apenas barreiras econômicas, mas também estruturais. Um dos pontos-chave discutidos na conferência foi a necessidade de fortalecer a infraestrutura para garantir um fornecimento estável de GLP. Fabricio Duarte, diretor executivo da Associação Ibero-Americana de GLP, ressaltou a importância de investimentos em armazenamento e terminais marítimos. “O futuro nos obriga a importar mais GLP, e, para isso, é essencial garantir estabilidade jurídica e previsibilidade que incentivem o investimento”, destacou.
Outro problema crítico abordado foi o aumento da informalidade no setor. Nikitza Chávez, gerente jurídica da Solgas, revelou que atualmente há mais de 3,5 milhões de botijões adulterados em circulação, um problema que cresceu 50% nos últimos anos. “É necessária uma fiscalização mais rigorosa por parte da Osinergmin e de outras entidades reguladoras para combater essa ameaça à segurança dos consumidores”, alertou.
Diante desses desafios, a XIV Conferência Peru GLP 2025 deixou claro que o acesso equitativo e seguro ao GLP é um desafio urgente para o desenvolvimento energético do país. Os especialistas concordaram que é necessário promover reformas estruturais para ampliar a cobertura do GLP, incentivar investimentos em infraestrutura e reforçar o combate à informalidade. Com um crescimento projetado de 4% nos próximos anos, o setor energético enfrenta o desafio de garantir que o GLP seja uma alternativa acessível, segura e sustentável para todos os peruanos.
Fonte: Serperuano