Camisea deixou uma marca significativa no desenvolvimento econômico, social e energético do Peru, gerando um impacto positivo estimado em mais de S/ 203 bilhões (2,3% do PIB) a favor do país entre os anos de 2004 e 2023.
Isso foi destacado em um estudo da consultoria Macroconsult, apresentado por seu diretor Gonzalo Tamayo, em um evento organizado pela Sociedade Nacional de Mineração, Petróleo e Energia (SNMPE), onde também foi revelado que o Consórcio Camisea, TGP e Cálidda, ao longo de seus 20 anos de operação, contribuíram com cerca de S/ 67 bilhões em royalties e imposto de renda.
Para ilustrar essa contribuição fiscal (royalties e impostos), foi explicado que esse valor é equivalente à construção de 277 hospitais, 1.055 Escolas de Alto Rendimento e 21 mil quilômetros de estradas.
Além disso, foi enfatizado que a contribuição fiscal do Consórcio Camisea, Transportadora de Gas do Peru (TGP) e Cálidda ajudou a reduzir o déficit fiscal em cerca de 30% entre 2004 e 2023.
“O projeto Camisea consolidou-se como um dos principais motores do desenvolvimento energético do país. O investimento do Consórcio Camisea, TGP e Cálidda somou mais de S/ 29 bilhões, dos quais S/ 22 bilhões foram investidos em componentes locais e outros S/ 7 bilhões em componentes importados”, destacou Tamayo.
Nesse contexto, ele explicou que, entre 2004 e 2023, o projeto Camisea contribuiu para a balança comercial do país com cerca de 170 bilhões de dólares (a valor presente, cerca de S/ 630 bilhões), ajudando a compor aproximadamente metade do superávit comercial alcançado nesse período.
Além disso, ele destacou que, para cada emprego direto no Consórcio Camisea, TGP e Cálidda, são gerados sete empregos indiretos adicionais na economia, totalizando cerca de 56 mil empregos anuais.
Outro aspecto ressaltado pela Macroconsult é que, entre 2001 e 2023, o Consórcio Camisea, TGP e Cálidda destinaram mais de S/ 838 milhões em investimentos sociais em diversas regiões do Peru.
O Projeto Camisea, que marcou um marco na infraestrutura energética do Peru e da região, abrange toda a cadeia, desde o campo de gás, o gasoduto e as redes de distribuição. Atualmente, o gás de Camisea representa 96% do gás natural do país, cobre 70% do consumo nacional de gás liquefeito de petróleo (GLP) e fornece mais de 40% da energia elétrica do Peru.
“O gás trouxe desenvolvimento e benefícios para os peruanos ao longo desses 20 anos e tem o potencial de continuar trazendo. Desde o consórcio Camisea, reafirmamos nosso compromisso de continuar trabalhando pelo progresso do Peru nos próximos 20 anos, levando em consideração os desafios associados à massificação do gás, à sua industrialização e a um robusto plano de exploração para identificar e aproveitar essas reservas necessárias para a transição energética”, declarou Germán Álvarez, country manager da Pluspetrol.
Em suas duas décadas de operação, de acordo com o estudo da Macroconsult, foram transferidos mais de S/ 36 bilhões aos governos regionais e locais através do canon e FOCAM gerados pelos lotes 88, 56 e 57.
Massificação e sustentabilidade
O estudo destaca o papel crucial de Camisea na massificação do gás natural no Peru, beneficiando mais de 2 milhões de lares, indústrias e comércios em 10 regiões do país. Essa expansão, entre 2004 e 2023, gerou uma economia de S/ 414 bilhões para os usuários do gás de Camisea e contribuiu significativamente para a melhoria da qualidade do ar, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa em 15%.
Sobre as perspectivas de massificação, Martín Mejía, diretor geral da Cálidda, destacou que “temos o compromisso de levar gás natural aos lares de Lima e Callao e, no futuro, expandir a rede de distribuição para as regiões centro e sul do país. Por isso, apresentamos ao Estado um projeto autossustentável – que está sendo avaliado – para tornar esse desejo uma realidade. Nosso objetivo é continuar gerando bem-estar e oportunidades iguais para as famílias peruanas”.
Sob a administração da TGP, o transporte do gás de Camisea, por meio de um gasoduto de 730 quilômetros que vai da selva amazônica até a costa, atravessando a Cordilheira dos Andes, registrou uma disponibilidade de 99,9% nesses 20 anos, refletindo uma distribuição ininterrupta do recurso.
“Nos próximos 20 anos, o gás natural será um pilar fundamental para facilitar a transição para um futuro mais limpo e garantir um fornecimento contínuo de energia. Sua capacidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, em comparação com o uso de outros combustíveis fósseis, além de sua segurança e estabilidade, o tornam ideal para complementar, ou substituir, quando necessário, as energias renováveis, como a solar e a eólica, que são intermitentes”, afirmou Tomás Delgado Farizo, gerente geral da Transportadora de Gas do Peru (TGP).
María Julia Aybar, presidente do Comitê Setorial de Hidrocarbonetos da SNMPE, destacou que, em um contexto global cada vez mais focado na transição energética, a operação de Camisea é um marco na história do Peru e tem desempenhado um papel fundamental no crescimento do país e no bem-estar de todos os peruanos.
Fonte: Energiminas