MOSCOU (Reuters) – É pouco provável que os exportadores russos de gás liquefeito de petróleo (GLP) consigam fornecer produto suficiente para compensar os embarques dos Estados Unidos interrompidos por tarifas, disseram comerciantes nesta quinta-feira, citando a falta de infraestrutura.
Fontes da indústria afirmaram que os fabricantes petroquímicos chineses, que compram anualmente GLP dos EUA no valor de 11 bilhões de dólares, estão prestes a reduzir a produção ou paralisar as atividades para manutenção nas próximas semanas, devido ao aumento dos custos causado pelas tarifas retaliatórias sobre as importações americanas.
O GLP, que inclui propano e butano, é utilizado principalmente como combustível automotivo, para aquecimento e na produção de outros produtos petroquímicos.
A Rússia está entre os cinco maiores produtores mundiais, mas suas exportações de GLP para a China são feitas por via ferroviária e rodoviária.
A ausência de um terminal marítimo de GLP na região limita a capacidade do país de aumentar significativamente os embarques para o leste no curto prazo.
Espera-se que a Rússia conclua a construção de um terminal marítimo de GLP no porto de Sovetskaya Gavan, no Pacífico, até o final deste ano, após sucessivos atrasos causados por falta de recursos financeiros e incertezas quanto à produção.
Segundo dados de fontes do setor, as exportações ferroviárias de GLP da Rússia para a China atingiram cerca de 300 mil toneladas métricas no ano passado, o que representa aproximadamente 9% das exportações totais russas de GLP.
Isso contrasta com as importações marítimas de GLP da China, que chegaram a cerca de 35 milhões de toneladas no ano passado.
De acordo com dados da LSEG, os Estados Unidos foram responsáveis por 56,3% do fornecimento total à China, seguidos por Emirados Árabes Unidos (10,6%), Irã (9,8%), Catar (7%), Arábia Saudita (3,9%), Omã (2,9%) e Kuwait (2,7%).
No ano passado, a China comprou um recorde de 17,3 milhões de toneladas de propano dos EUA, o equivalente a 550 mil barris por dia, o que representou 60% do total das importações chinesas desse gás liquefeito.
Fonte: Reuters