Esta semana, durante as conferências matutinas no Palácio Nacional, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, fez uma série de anúncios que impactarão o mercado de combustíveis. Acompanhada pelo diretor de Petróleos Mexicanos (Pemex), Víctor Rodríguez Padilla, e por altos funcionários de Energia e Fazenda, ela apresentou o plano de resgate da Pemex. A iniciativa, desenhada para fortalecer a capacidade operacional da empresa estatal e reduzir sua carga financeira, baseia-se em uma estratégia de “austeridade republicana” e em um marco regulatório que busca consolidar a autossuficiência energética do país.
Entre as principais ações, o plano elimina a emissão de novas dívidas nos mercados de capitais e propõe uma economia de 50 bilhões de pesos, com a supressão de empresas subsidiárias e gastos redundantes. Além disso, o esquema fiscal da Pemex será simplificado por meio de um novo imposto, o “Direito Petrolífero para o Bem-Estar”, que estará diretamente vinculado à produção e será fixado em 30% para o petróleo e 11,63% para o gás.
A presidente também anunciou que a refinaria de Dos Bocas operará em sua capacidade máxima até o final deste mês, o que será fundamental para alcançar a meta de autossuficiência em combustíveis estabelecida por sua administração.
Por outro lado, em uma das apresentações, Luz Elena González, secretária de Energia, detalhou parte do Plano Nacional de Energia, incluindo uma Estratégia Nacional para o setor de hidrocarbonetos e gás natural. Essa estratégia reforça o compromisso do governo de manter os preços da gasolina, do diesel e do GLP sem aumentos superiores à inflação durante seu mandato.
“Nosso objetivo é alcançar a autossuficiência nacional. Vamos desenvolver um marco regulatório que incentive o uso de biocombustíveis e combustíveis menos poluentes, permitindo avançar em direção a uma transição energética mais sustentável sem comprometer o fornecimento de combustíveis fósseis”, explicou González.
Entre as prioridades, será promovido um aumento na capacidade de armazenamento de hidrocarbonetos em todo o país, medida que González afirmou ser fundamental para fortalecer a segurança energética nacional. “Reduziremos a dependência de importações e aproveitaremos melhor os recursos da Pemex para melhorar sua eficiência operacional em benefício da população”, destacou.
A aposta do governo em transformar a Pemex no eixo central da política energética gerou opiniões divididas no setor. Gonzalo Monroy, consultor em energia e diretor da GMEC, alertou à *Surtidores Latam* sobre o desafio de sustentar o apoio financeiro à petroleira.
“O sucesso dessa gestão dependerá da capacidade do Estado de manter os recursos necessários para a Pemex. Sem esse respaldo, alguns benefícios oferecidos pela Pemex aos seus distribuidores, como descontos para aqueles que aderirem à marca, podem ser comprometidos, afetando a competitividade da empresa no mercado”, afirmou Monroy.
Fonte: Surtidores Latam – Sol Bermo