Crescimento do mercado interno (com maior consumo na indústria e comércio) e escassez de oferta interna promovem maiores compras do exterior. Estados Unidos, o principal fornecedor.

A seguir, os principais mercados: México, Colômbia e Brasil.

México

65% do GLP consumido no México é importado, principalmente dos Estados Unidos. Uma pequena porcentagem vem do Canadá. O restante, 35%, é fornecido pela Pemex. No entanto, cálculos públicos e privados indicam que a queda na produção de GLP da petrolífera pública irá se acentuar. Portanto, mais cedo ou mais tarde, a equação de abastecimento será de 80% de GLP importado e 20% de produção nacional. E quais são os investimentos necessários? Principalmente, a construção de infraestrutura, ou seja, armazenamento.

Esses investimentos são importantes porque, até alguns anos atrás, o setor de GLP tinha uma capacidade de estoque de até três (3) dias. Atualmente, essa capacidade alcança cinco (5) dias, enquanto o objetivo é atingir oito (8) dias de estoque, de acordo com o que a OCDE considera lógico.

O setor vê com boas perspectivas a abertura “ao diálogo” do futuro governo e deseja fazer os investimentos necessários para atender a uma demanda que crescerá entre 3% e 5%, tanto na área residencial quanto comercial, nos próximos anos. Sabendo que em um mercado de grandes volumes, como o do México, esse crescimento representa uma quantidade significativa de produto e vendas.

Colômbia

Atualmente, a Colômbia importa 10% do consumo interno de GLP envasado e a granel. Mas, em três anos, “teremos que importar cerca de 50%”, previu Alejandro Martínez, presidente da Gasnova, a câmara que agrupa as principais envasadoras.

Atualmente, a Colômbia consome cerca de 700.000 toneladas por ano. Portanto, se em três anos passar a importar 50% de seu consumo, esse percentual representaria cerca de 350.000 toneladas anuais, quadruplicando as importações atuais.

A situação atual e futura se deve ao fato de que “não há projeções de aumento da oferta nacional”, tanto por parte da petrolífera pública Ecopetrol quanto das privadas.

Diante dessa realidade, a Colgas, envasadora da chilena Abastible, anunciou recentemente o início da construção de uma planta para importação de gás liquefeito (GLP) no porto de Okianus Terminals em Cartagena, com um investimento que chegará a 60 milhões de dólares e estará em operação até o final de 2025.

Brasil

Nos próximos anos, o Brasil se prepara para se tornar um importador importante, a partir do crescimento do consumo, principalmente no setor agroindustrial e comercial, que nos últimos três anos aumentou em 15%.

Em 2023, o Brasil importou 1,6 milhão de toneladas (TN), em um consumo total de 7,4 milhões de TN. Das compras externas, os Estados Unidos forneceram 51%, a Argentina 46% e a Bolívia 3%.

Essa nova situação que impulsionará a importação se deve à expectativa de diversificação do uso do GLP nos próximos anos, como em automóveis ou na geração de energia elétrica em determinadas regiões ou empresas, substituindo o diesel e o óleo combustível. Isso terá um impacto bastante interessante, pois se sabe que o GLP é muito mais competitivo, tanto em preço quanto em desempenho, para esse tipo de produção de energia elétrica.

Diante disso, as envasadoras, que agora podem importar livremente, têm três projetos avançados para receber produto de mercados externos em terminais portuários, que se somarão aos já existentes. São eles: no Porto de Suape, no nordeste do Brasil, está em construção um terminal com capacidade de até 90.000 TN. O projeto está a cargo da Copa Energia, Nacional Gas e Oiltanking. O segundo projeto, em importância, está em desenvolvimento em Pecém, também no nordeste brasileiro, com capacidade de 33.000 TN, iniciativa da Supergasbras. A Ultragaz também está envolvida no projeto. Vale destacar que ambos os projetos estão direcionados para receber produto dos Estados Unidos.

O terceiro projeto, de menor capacidade, é o da Supergasbras, também junto à Ultragaz, em São Francisco do Sul, com apenas 20.000 TN de capacidade de armazenamento. Este terminal portuário, localizado no sul do país, seria o que receberia o produto da Argentina.

Fuente: AmericaGLP