Imagem: LPGas Magazine
As aplicações agrícolas consomem mais de 825 milhões de galões de propano por ano para aquecer água e instalações, secar ou curar culturas, alimentar motores e controlar pragas. Restrições ambientais, somadas à preferência por reduzir o uso de produtos químicos, continuam criando oportunidades para o GLP.
Muitas atividades agrícolas e de processamento requerem demanda de combustível fora da estação ou durante todo o ano. Uma aplicação recente é uma máquina de tratamento de solo desenvolvida por pesquisadores da UC Davis, que usa vapor gerado por propano para pré-tratar canteiros de plantio. Além disso, confira algumas outras novas tecnologias que podem aumentar o consumo de GLP em sua operação durante o verão.
Cogeração de calor e eletricidade
“A indústria do GLP tem uma ótima oportunidade de gerar demanda contínua por meio de aplicações de cogeração de calor e energia (CHP), oferecendo aos clientes uma economia significativa”, afirma Anders Thorsen, CEO da EC Power Inc.
A EC Power lançou nos Estados Unidos a tecnologia XRGI25, de 24 kW. Sediada na Dinamarca, a empresa familiar já instalou mais de 15.000 unidades em 27 países. Segundo Thorsen, o equipamento ajusta sua produção conforme a demanda, variando entre 12 e 24 kW de energia elétrica, enquanto produz entre 112.000 e 163.000 BTU/hora em calor. “É uma tecnologia incrivelmente silenciosa, com 49 decibéis, projetada para uso contínuo e longa vida útil (40.000 horas), com intervalos de manutenção de 4.000 horas.”
Os revendedores de GLP se beneficiam do consumo constante do equipamento: entre 2,0 e 3,2 galões de GLP por hora de operação. Na média, isso equivale a cerca de 62 galões por dia e mais de 22.000 galões por ano.
A Blue Star Power Generation, da Califórnia, reconheceu o potencial da tecnologia e firmou um acordo de distribuição com a EC Power para levar a solução a seus clientes finais. “As aplicações ideais são aquelas com demanda contínua de calor, como processamento agrícola, embalagens, estufas ou laticínios”, diz Thorsen. Hotéis, restaurantes e edifícios multifamiliares também são mercados promissores.
Quando a demanda excede a capacidade de uma única unidade, é possível instalar várias unidades em cascata. O XRGI25 já possui classificação de alta eficiência na Europa, com eficiência térmica superior a 90%. A empresa está em processo de certificação nos EUA.
“Esperamos, no futuro, trazer modelos menores e maiores para os EUA, além de novos recursos como operação independente da rede elétrica”, complementa Thorsen.
Irrigação e geração de energia
A Industrial Irrigation, de Hastings, Nebraska, fornece motores industriais para o setor agrícola desde 1955. “Um motor de irrigação a GLP de 100 HP pode consumir entre 7,5 e 9 galões de GLP por hora”, informa Jay Canada, vice-presidente da empresa. O número anual de horas de operação varia de 400 a mais de 2.000 horas, dependendo da região e da cultura, o que equivale a um consumo anual de 3.000 a 18.000 galões por motor de 100 HP.
Com os desafios e custos relacionados às emissões de motores a diesel e as limitações da rede elétrica, o GLP tornou-se uma excelente opção para produtores agrícolas, explica Canada. Por isso, o interesse em motores a GLP cresceu significativamente nos últimos 15 anos.
A Industrial Irrigation iniciou um projeto, com apoio do Conselho de Pesquisa e Educação do Propano (PERC), para certificar seis novos motores a GLP, de 25 a 600 HP. Os primeiros modelos, de 2,4 e 3,4 litros, serão lançados ainda este ano, com quatro modelos maiores previstos para 2026. Os motores serão comercializados sob a marca Reliable Horsepower.
Esses motores poderão ser utilizados não apenas em irrigação, mas também em geração de energia, bombas de compressão e outras aplicações fora de estrada. “Todos os motores possuem bloco reforçado para atender às exigências rigorosas das operações agrícolas e industriais”, ressalta Canada. O GLP é uma solução econômica, ambientalmente amigável e de fácil armazenamento, tornando-se ideal para irrigação e geração de energia nas propriedades rurais. “Os motores a GLP podem custar de 20% a 40% menos que os equivalentes a diesel, com uma economia de combustível significativa”, acrescenta.
Controle de ervas daninhas com chama
Will Prull, proprietário da FlameWerks em Eugene, Oregon, oferece equipamentos para controle de ervas daninhas com chama eficiente e contida. O equipamento é modular e escalável para diferentes aplicações. “Estamos desenvolvendo um projeto com o PERC para testar duas de nossas novas máquinas Flame Deck, cada uma equipada com dois queimadores multi-basket 3.0”, explica Prull. O objetivo do projeto é reduzir o acúmulo de palha e controlar ácaros em gramados. Novos queimadores, com maior ajuste do padrão da chama, também serão testados.
Embora a técnica de controle de ervas com chama seja antiga, a demanda crescente por alimentos orgânicos, a redução do uso de pesticidas e a busca por economia estão levando cada vez mais agricultores a adotar esta tecnologia. “Recebemos interesse de produtores de todos os tipos: alguns usam no controle de ervas no verão e primavera, outros utilizam antes da colheita”, relata Prull.
O consumo de GLP do equipamento varia entre 4 e 28 galões por acre tratado, dependendo da densidade da vegetação e da velocidade necessária para eficácia. Por exemplo, pomares ou vinhedos tratam apenas áreas próximas às árvores ou videiras, enquanto em gramados a aplicação cobre toda a superfície. A intensidade da chama e a velocidade de aplicação variam conforme a densidade das ervas daninhas ou da infestação de insetos.
O projeto de aplicação em gramados tem como objetivo definir os melhores protocolos para essa cultura no sul dos EUA. Os testes serão realizados em grama-bermuda, na Flórida, no final deste verão e início do outono, com resultados previstos até o final do ano.
Outros equipamentos e incentivos
Há diversos outros fabricantes de tecnologias CHP, motores a GLP e equipamentos para controle de ervas daninhas com chama.
No site propane.com, na aba “business use”, é possível consultar a lista de fabricantes dessas tecnologias, bem como outras aplicações agrícolas e para geração de energia. Também estão disponíveis ferramentas úteis, como calculadoras para irrigação e secagem de grãos.
O PERC ainda oferece incentivos financeiros para tecnologias específicas por meio do Programa de Pesquisa Agrícola com Propano. Os exemplos incluem:
- US$ 60/kW para geradores de energia primária,
- US$ 600 por litro de deslocamento para motores agrícolas,
- US$ 1.500 para equipamentos qualificados de controle de ervas daninhas com chama.
Fonte: LPGas Magazine