Imagem: AmericaGLP

O consumo no segundo maior mercado do continente segue estável. As importações cobrem 60% do que o país consome, e o restante é suprido pela produção nacional, principalmente por meio da Pemex.

Apesar do consumo estável, surgem novos e antigos dilemas que ainda não foram resolvidos. Por um lado, desde que, em 2021, foi estabelecido o preço máximo de venda ao público, definido pelo governo, as margens de rentabilidade permanecem limitadas. Embora neste ano tenha havido um pequeno reajuste, ele ainda não atende plenamente às expectativas dos distribuidores.

No início deste ano, informamos que a Amexgas havia oferecido ao governo federal um melhor preço de venda para viabilizar investimentos de 700 milhões de pesos mensais em infraestrutura — o que representa cerca de 420 milhões de dólares por ano —, mas a proposta segue sem resposta.

Hoje, a maior carência de investimentos no México está no armazenamento. Atualmente, o produto importado, proveniente majoritariamente dos Estados Unidos e, em menor medida, do Canadá, que cobre 60% do GLP consumido no país, dispõe de apenas dois dias de capacidade de armazenamento. Assim, a logística precisa operar com precisão absoluta. Por isso, e diante de qualquer eventualidade, o ideal seria alcançar uma capacidade de armazenamento de sete a oito dias. No entanto, sem margem, não há investimento.

Outro tema que nunca sai da agenda e para o qual ainda não se encontra solução é a continuidade do roubo e da comercialização de GLP por parte do crime organizado. A atividade criminosa concentra-se em um pequeno número de estados do centro do país e responde por cerca de 15% das vendas totais do segundo maior mercado do continente.

O que chama a atenção é que aproximadamente um milhão de toneladas são comercializadas em “gaseras” que operam formalmente, mas se abastecem desse gás roubado, enquanto outras são diretamente clandestinas. Essa situação coloca em xeque a indústria formal, que cumpre normas e realiza investimentos, e expõe milhares de usuários à insegurança no uso cotidiano de cilindros ou no abastecimento por caminhões-tanque cuja conformidade com as normas e a manutenção mínima e indispensável são desconhecidas.

Por outro lado, é necessário revisar a implementação do Gas Bienestar, a engarrafadora da Pemex, lançada há mais de três anos com o objetivo de pressionar os preços para baixo nos estados com maior demanda. Desde sua implementação, sua atuação ficou restrita a determinadas localidades de dois ou três estados. Talvez a adoção de preços máximos não exija a existência dessa empresa para manter os preços finais ao consumidor conforme os critérios e decisões do governo federal.

Por fim, a novidade institucional é que duas mulheres estão à frente da Amexgas: Rocío Robles, como diretora executiva, e Carmen Espinosa, como presidente do Conselho de Administração.

Fonte: AmericaGLP