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As refinarias estatais da Índia concluirão totalmente a operação do maior gasoduto de gás liquefeito de petróleo (GLP) do mundo até junho, um desenvolvimento crucial que reduzirá significativamente os custos de transporte de combustível e ajudará a evitar acidentes fatais nas estradas.

“Isso será um divisor de águas na cadeia de abastecimento de GLP”, afirmou N. Senthil Kumar, diretor de gasodutos da Indian Oil Corp., em entrevista. “É como colocar o GLP em uma esteira transportadora.”

O projeto, avaliado em US$ 1,3 bilhão, deve substituir centenas de caminhões que percorrem o país transportando combustível das refinarias para as centrais de envase, aumentando o risco de acidentes. No mês passado, um caminhão-tanque tombou em Coimbatore, paralisando parcialmente a cidade no sul do país. Em dezembro, 20 pessoas morreram, 45 ficaram feridas e dezenas de veículos foram danificados após um caminhão colidir com um veículo da Indian Oil na cidade de Jaipur, no noroeste do país.

A Indian Oil, Bharat Petroleum Corp. e Hindustan Petroleum Corp. formaram conjuntamente a IHB para construir o gasoduto de 2.800 quilômetros, que ligará Kandla, na costa oeste, à cidade de Gorakhpur, no norte do país. A primeira fase será inaugurada em março e a operação completa está prevista para o meio do ano, segundo Kumar, que também preside a joint venture.

A rede terá capacidade para transportar anualmente cerca de 8,3 milhões de toneladas de GLP, o equivalente a aproximadamente 25% da demanda total da Índia. Isso deve reduzir significativamente os custos de transporte no terceiro maior consumidor de GLP do mundo, já que cerca de 70% das centrais de envase ainda recebem o combustível por caminhões. O Conselho Regulador de Petróleo e Gás Natural do país tem incentivado as refinarias a expandirem suas redes de gasodutos para lidar com o aumento da demanda e evitar grandes desastres rodoviários.

O consumo doméstico de GLP, usado principalmente para cozinhar, cresceu 80% na última década, atingindo 29,6 milhões de toneladas no ano fiscal encerrado em março de 2024. Esse aumento superou a expansão de 47% na demanda por produtos refinados de petróleo. O crescimento nas vendas foi impulsionado por subsídios do governo do primeiro-ministro Narendra Modi para incentivar famílias de baixa renda a substituírem a biomassa poluente pelo GLP na preparação de alimentos.

O projeto enfrentou vários atrasos desde seu anúncio em 2019, incluindo restrições impostas pela pandemia e dificuldades na obtenção de materiais devido à guerra da Rússia na Ucrânia. Atualmente, a Índia possui uma rede de gasodutos de GLP com quase 5.000 quilômetros de extensão.

Fonte: Rigzone