El Eternauta permite refletir não só sobre os aspectos sociais, mas também sobre os energéticos.
A história sugere que os invasores modificam o campo elétrico da Terra como parte de sua estratégia para isolar a humanidade: desligam as redes de energia, anulam a eletricidade convencional, afetam os equipamentos eletrônicos, deixando fora de funcionamento comunicações, iluminação, veículos modernos, entre outros.
Isso transforma as tecnologias autônomas, simples e analógicas — como rádios de ondas curtas, lamparinas a querosene ou botijões de gás — em ferramentas fundamentais para a sobrevivência.
Dessa forma, El Eternauta, a série da Netflix que é sensação do momento, permite refletir não apenas sobre os aspectos sociais, mas também sobre os energéticos.
Tudo começa com um colapso elétrico e uma Buenos Aires invadida por uma neve mortal. O caos humano e tecnológico se instala, e resta apenas a esperança de sobreviver com o que ainda funciona.
Nesse contexto, quando tudo se apaga, existem tecnologias que ainda operam, sem depender da rede elétrica, de gás ou de conectividade.
Poucos conseguem seguir adiante graças a tecnologias “antigas”, autônomas e simples: veículos antigos (porque não dependem de sistemas eletrônicos) e sistemas que não dependem de rede, como rádios de ondas curtas para se comunicar com o restante do mundo. E, entre as fontes de energia que resistem, está o botijão de gás, uma fonte de energia estratégica.
Ele não depende de uma rede e é de fácil uso. Assim, o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) envasado demonstra seu verdadeiro valor: ser uma energia que resiste quando tudo o mais falha.
Atualmente, milhões de lares na Argentina utilizam o botijão como fonte principal para aquecimento e preparo de alimentos. Segundo o Censo de 2022, 46,30% da população depende do botijão ou do gás em tubo para cozinhar e se aquecer.
Em zonas rurais, bairros populares e províncias onde as redes não chegam, o GLP envasado desempenha, portanto, um papel vital.
Mas, além de sua presença cotidiana, é nos momentos-limite que ele revela sua condição essencial.
A autonomia, a portabilidade, a facilidade de uso e a eficiência do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) como uma energia limpa — que pode inclusive ser utilizada como combustível para certos motores de veículos e embarcações — fazem dele um recurso vital em contextos extremos.
Como na ficção. Como na vida real.
Presidente da Câmara Argentina de Gás Liquefeito de Petróleo (CEGLA)