As mais de 1.100 plantas de distribuição de GLP no país enfrentam uma grave crise econômica devido ao congelamento das tarifas de distribuição pelo governo federal desde outubro de 2024, revelou a presidente executiva da Associação Mexicana de Distribuidores de Gás Liquefeito e Empresas Conexas (Amexgas), Rocío Robles Serrano.

Diante dessa situação, a representante de mais de 850 plantas de distribuição e 17 mil unidades de entrega solicitou às autoridades a criação de uma mesa de diálogo para atualizar essa tarifa de distribuição, cujas receitas são destinadas ao pagamento de salários, despesas com combustível e manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos de entrega e das instalações das plantas.

“O setor enfrenta um momento difícil, uma crise econômica, porque os preços ao público não são atualizados desde outubro do ano passado, foram congelados e não entendemos realmente qual é o motivo”, explicou a recém-nomeada presidente executiva.

A dirigente destacou a necessidade de estabelecer um diálogo com funcionários da Secretaria de Energia, como órgão responsável pelo setor, bem como com a Comissão Reguladora de Energia (recentemente extinta, mas ainda em operação) e a Secretaria da Fazenda, a fim de influenciar a metodologia ou a definição dos preços.

Isso ocorre porque a Comissão Reguladora de Energia deixou de refletir adequadamente as variações do preço internacional nos preços ao consumidor, enquanto a Pemex aplicou esses aumentos aos distribuidores de GLP.

Atualmente, explicou, o preço do GLP é de 9,40 pesos por litro, mas se as atualizações pelo índice de inflação tivessem sido feitas, o preço deveria estar em 12,17 pesos por litro.

“O que significa que há um atraso de quase 3 pesos. No entanto, realizamos uma análise para calcular um preço ideal que nos permita renovar a frota de veículos, garantir a operação e cobrir aumentos salariais, e estimamos que não seja necessário um reajuste de 3 pesos, mas que com 2,38 pesos conseguimos garantir o fornecimento”, afirmou.

Robles Serrano lamentou que, além de não haver aumento nos preços, a tarifa de distribuição tenha sido reduzida em 50% e mantida congelada sem nenhuma explicação, o que tem impedido o setor de cobrir adequadamente os custos operacionais de uma indústria que gera mais de 200 mil empregos diretos e realiza mais de um milhão de entregas domiciliares diariamente.

“Estamos solicitando a atenção da Secretaria de Energia, por meio de uma mesa de diálogo, para apresentar nossos números e demonstrar nossa intenção de garantir o fornecimento, não apenas para os consumidores de GLP, mas também para integrar aqueles que, por necessidade econômica, não podem pagar pelo gás e hoje queimam lenha, lixo ou biomassa em geral”, afirmou.

A ideia, segundo ela, é apresentar às autoridades um projeto sobre como as empresas podem se integrar às políticas públicas sem prejuízos financeiros e se alinhar às diretrizes de justiça energética da presidente Claudia Sheinbaum, garantindo, assim, um abastecimento contínuo e seguro do energético para toda a população.

Fuente: Pulso