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O Canal do Panamá espera um aumento no trânsito de navios que transportam gás liquefeito de petróleo (GLP) e produtos agrícolas, o que ajudaria a compensar uma redução no comércio mundial no próximo ano, afirmou à Reuters o diretor da via marítima.

A segunda rota interoceânica mais movimentada do mundo registrou um aumento de 14% na receita, alcançando US$ 5,7 bilhões no ano fiscal encerrado em setembro, e um crescimento de 19% nos trânsitos, com navios de GLP e porta-contêineres transportando mais carga através do canal que conecta os oceanos Pacífico e Atlântico.

“O GLP é um produto que será ainda mais valioso nos próximos 20 ou 25 anos”, declarou Ricaurte Vásquez, administrador da Autoridade do Canal do Panamá (ACP), à margem da Conferência Marítima Internacional de Houston.

Segundo Vásquez, as tarifas impostas pelos Estados Unidos e as mudanças na política comercial impulsionaram o aumento do tráfego pelo canal, especialmente no terceiro trimestre do ano, quando muitos transportadores adiantaram seus embarques antes da temporada de fim de ano para evitar possíveis medidas restritivas.

A participação do canal nas exportações de GLP dos Estados Unidos para a Ásia também se recuperou para mais de 95%, depois de cair para cerca de 80% em 2023–2024, quando uma grave seca obrigou a reduzir o número de passagens.

A Autoridade do Canal está buscando empresas interessadas em construir um gasoduto de GLP com capacidade para dois milhões de barris por dia na zona do canal, cuja inauguração está prevista para 2030. O projeto deve expandir significativamente o mercado de gás, e, segundo Vásquez, diversas empresas norte-americanas já demonstraram interesse.

Ele também mencionou uma mudança nos fluxos de grãos, incluindo as compras chinesas de soja, que podem beneficiar o canal. A Autoridade acredita que o aumento no trânsito de GLP e produtos agrícolas ajudará a compensar a previsão de queda na receita para o atual ano fiscal.

Fonte: El Economista