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O declínio na produção de gás natural na Bolívia torna complexo o funcionamento das grandes refinarias de GLP da YPFB: Gran Chaco (Planta Carlos Villegas) e Rio Grande.
Atualmente, a produção de gás natural é suficiente para atender a demanda interna de GLP no mercado boliviano, mas não permite exportações consistentes para mercados externos.
A Planta Gran Chaco foi inaugurada em 2015 com capacidade para produzir até 2.200 toneladas diárias de GLP. Contudo, desde o início, opera com apenas 50% de sua capacidade máxima. No caso das exportações, o objetivo inicial era atingir 300 milhões de dólares anuais, mas o máximo alcançado foi de 76 milhões, quando, em 2020, quase a totalidade do mercado paraguaio era abastecida. Atualmente, os envios ao Paraguai correspondem a menos de 15% do consumo desse país.
As duas plantas enfrentam desafios significativos no novo cenário. Principalmente, precisam de um fluxo constante de gás natural, algo hoje incerto, já que a Argentina deixou de importar e se tornou concorrente, posicionando-se como fornecedora regional. Além disso, até o momento, não foram descobertas novas reservas ou campos de gás natural na Bolívia.
Alguns analistas e engenheiros bolivianos sugeriram, meses atrás, que, para continuar alimentando a Planta Gran Chaco, seria possível “construir um duto desde os campos Margarita ou Sábalo para processar alguma quantidade de GLP”.
No futuro, o que se observa é a ausência de descobertas de novos campos que permitam à Bolívia fornecer gás ao mercado brasileiro, manter o processamento de GLP e encontrar novos mercados para sua colocação. Esse é um grande desafio, considerando o desenvolvimento e os investimentos em andamento em Vaca Muerta, na Argentina.
Recentemente, o gerente de Contratos de Exportação de Gás da YPFB, Oscar Claros, declarou em uma entrevista que “a produção de gás que deixará de ser enviada à Argentina será redirecionada ao Brasil”, sem fornecer detalhes sobre os volumes envolvidos.
Fonte: AmericaGLP