A esperada autorização da província destrava o primeiro passo de uma companhia brasileira na Bacia de Neuquén, após a experiência da Petrobras.

O governo de Neuquén assinou finalmente, nesta terça-feira, o acordo com a petroleira brasileira Fluxus para formalizar a autorização de cessão de duas concessões de exploração de hidrocarbonetos, após uma espera de mais de 18 meses desde o entendimento com a empresa Pluspetrol.

O ato foi liderado pelo governador Rolando Figueroa e pelo ministro de Energia e Recursos Naturais, Gustavo Medele, junto ao CEO da Fluxus, Ricardo Savini, ao presidente da FLXS Argentina, Juan Randanne, e ao diretor de Operações, Jorge Lorenzón.

Trata-se da concessão de exploração com objetivos convencionais Centenario (Bloco I e II) e da concessão de exploração com objetivos não convencionais (CENCH) Centenario Centro, anteriormente operadas pela Pluspetrol.

Medele relatou que a Fluxus, “depois de uma longa busca, encontrou um campo que lhes convinha operacionalmente, e que também era de grande interesse da província que eles adquirissem. Eles vêm com uma experiência internacional e estão buscando crescer em hidrocarbonetos, com ambições de assumir outras áreas”.

A empresa “vai começar a operar este ano, durante 2025, e o importante é que já chega com um plano de trabalho. Todo este período também foi usado para conhecer a área, elaborar esse plano, o que nos leva a entender que a adaptação será muito rápida”, afirmou Medele.

A brasileira Fluxus fechou o acordo com Neuquén

O entendimento alcançado implica a incorporação de um novo operador em Vaca Muerta, estabelecendo um compromisso de investimento inicial de US$ 21,3 milhões, destinado à reativação de 54 poços entre 2026 e 2027 e à manutenção das instalações existentes.

Além disso, prevê o abandono de 76 poços que as empresas cedente e cessionária declararam não apresentarem condições para serem considerados produtivos nem justificarem sua reativação.

Um dos eixos centrais é a valorização da planta Turboexpander na área Centenario Centro, que permitirá processar hidrocarbonetos localmente e reduzir os custos logísticos do abastecimento de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), substituindo o transporte a partir de pontos distantes como Bahía Blanca. Essa medida busca otimizar a infraestrutura existente, estimular o desenvolvimento de fornecedores locais e melhorar a competitividade energética da província.

Quanto aos pagamentos associados à cessão, a empresa deverá pagar, em conceito de Responsabilidade Social Empresarial, um total de US$ 430,6 mil, e em Impostos de Selos, a soma aproximada de US$ 169,4 mil.

Para o Brasil, o objetivo é Vaca Muerta

A Fluxus é o braço petroleiro do Grupo J&F, o maior grupo econômico privado do Brasil, com presença em 190 países. A empresa desenvolve ativamente uma carteira de produção de petróleo e gás na América Latina, junto a um portfólio exploratório de alcance global.

A companhia promove um fluxo inovador de novos volumes de hidrocarbonetos em jazidas existentes, a descoberta de novos recursos e a incorporação de novas energias para o mercado.

“Estamos muito felizes em chegar a Neuquén – afirmou o CEO da Fluxus. O campo Centenario é um campo histórico para a província, para a cidade, está praticamente dentro da cidade de Neuquén. E viemos para investir fortemente, retomar a produção, recuperar poços e, como dizemos, redesenvolver o campo. Vamos trabalhar tanto no campo convencional como também em Vaca Muerta, porque aí há um grande potencial”, disse Savini.

Ele destacou ainda que se trata do primeiro ativo da empresa na Argentina. “Hoje somos operadores, somos uma empresa brasileira de um grupo privado muito importante no Brasil, que é o Grupo J&F. Temos operações na Bolívia, produzimos gás lá neste momento. E, a partir do início de nossas operações aqui, em Centenario, vamos buscar outras oportunidades na Argentina, especialmente em Neuquén, a província mais petroleira”, concluiu.

Fonte: IProfesional