Imagem: Surtidores Latam – Milagros Cañete
Durante o evento Peru Energia Sul – Cusco, especialistas do setor energético discutiram que o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) veicular se apresenta como uma solução estratégica para impulsionar uma mobilidade mais econômica e sustentável no sul do país.
Segundo informações fornecidas ao Surtidores LATAM, durante a abertura do fórum foi destacado que, nas últimas duas décadas, a pobreza energética foi reduzida em 22%, e embora grande parte desse avanço se deva ao acesso domiciliar ao GLP, seu uso veicular representa uma oportunidade de alto impacto, especialmente nas regiões onde o custo do transporte limita o desenvolvimento econômico e social.
Um dos temas centrais foi a necessidade de descentralizar a infraestrutura de armazenamento e distribuição de GLP veicular, que atualmente está concentrada principalmente na região costeira.
Essa concentração deixa muitas províncias do sul em situação de vulnerabilidade diante de interrupções logísticas, conflitos sociais ou fenômenos climáticos, o que coloca em risco a continuidade do fornecimento.
O painel intitulado “Além do gás natural: que outras opções existem no mercado para impulsionar o desenvolvimento econômico de Cusco?” contou com a participação de especialistas do setor. Entre os temas abordados, discutiu-se o papel do GLP veicular como uma opção concreta para dinamizar o transporte regional, ao lado de outras fontes como o hidrogênio verde e as energias renováveis.
Foi destacado que o GLP veicular pode gerar uma economia de até 40% no combustível para os motoristas, além de emitir menos poluentes do que o diesel ou a gasolina. Essas características o posicionam como uma alternativa atrativa para frotas urbanas, taxistas e transporte interprovincial, especialmente em regiões como Cusco, Arequipa, Apurímac e Puno.
No entanto, foi feito um alerta sobre as implicações da recente Lei 32315, que criou a Agência de Inventário de Combustíveis (AIC). Essa norma impede que os projetos de armazenamento financiados com recursos do Sistema de Segurança Energética (SISE) incluam seus custos de investimento na tarifa de uso. Isso, segundo especialistas no fórum, gera distorções no mercado e desestimula o investimento privado.
Por esse motivo, os participantes do evento instaram o Ministério de Energia e Minas a publicar o quanto antes o regulamento correspondente, com o objetivo de fornecer clareza normativa, estimular o investimento em infraestrutura de armazenamento e garantir um ambiente competitivo para o desenvolvimento do GLP veicular em nível nacional.
Diretamente de Cusco, o consenso entre os painelistas foi claro: o GLP veicular tem potencial para democratizar o acesso à energia no setor de transportes, reduzir a dependência de combustíveis fósseis importados e contribuir para uma matriz energética mais limpa e resiliente para o sul do país.