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Licitações serão abertas para o desenvolvimento de ligação de costa a costa com capacidade de 1 milhão de barris por dia.

O Canal do Panamá está planejando a construção de um novo gasoduto para transporte de GLP, com o objetivo de aliviar a pressão sobre o setor de navios VLGC (Very Large Gas Carriers).

A Autoridade do Canal do Panamá (ACP) anunciou que abriu o processo de licitação para a construção de um novo projeto de infraestrutura conectando as costas do Pacífico e do Atlântico.

O gasoduto permitiria que embarcações descarregassem de um lado da hidrovia, com outro transportador coletando a carga no lado oposto.

O administrador do canal, Ricaurte Vásquez, afirmou que o projeto deve impulsionar as compras de GLP dos EUA por parte do Japão.

A ACP está em busca de empresas para desenvolver e, eventualmente, operar a linha.

“Essa atividade complementar será incorporada ao desenvolvimento sustentável da rota da margem oeste do Canal do Panamá, que inclui atividades e alternativas ao transporte de produtos por via marítima”, acrescentou a ACP em comunicado.

Segundo a autoridade informou à Reuters, as propostas começarão a ser recebidas nos próximos meses.

O gasoduto terá capacidade para movimentar o equivalente a 1 milhão de barris por dia em gás natural.

Estudos iniciais mostram que o tráfego potencial de GLP através do Canal do Panamá pode atingir 2 milhões de barris por dia dentro de uma década, acrescentou Vásquez.

Durante a recente seca no Panamá, quando o tráfego no canal foi restringido, os VLGCs estiveram frequentemente no fim da lista de prioridades, já que os navios porta-contêineres e os transportadores de GNL (gás natural liquefeito) receberam prioridade.

Os transportadores de GNL, em especial, devem se beneficiar com a menor necessidade de VLGCs cruzarem o canal.

“O desenvolvimento deste gasoduto fortalecerá a posição estratégica do Panamá e ajudará a manter a competitividade do canal, aumentando sua capacidade e oferecendo um serviço de qualidade ao mundo”, afirmou a ACP.

A autoridade disse que realizará um processo de licitação transparente que “promoverá o mais alto nível de concorrência, buscando a participação de empresas técnica e comercialmente qualificadas para executar o desenvolvimento e a operação futura do gasoduto”.

“Tudo isso ajudará a facilitar o comércio marítimo internacional e, acima de tudo, contribuirá para o investimento social no Panamá”, acrescentou.

A iniciativa surge num momento em que as exportações de GLP dos Estados Unidos podem sofrer pressões, à medida que países importadores consideram tarifas recíprocas sobre produtos norte-americanos.

Fonte: TradeWinds