As exportações de propano do Canadá aumentaram de forma constante na última década, atingindo níveis recordes em 2024, à medida que novos terminais marítimos de exportação facilitaram o escoamento do produto do oeste canadense para destinos internacionais, especialmente para a Ásia. As importações de propano canadense pelos Estados Unidos permaneceram relativamente estáveis desde que o Canadá iniciou as exportações marítimas em 2019.
Os preços spot do propano em Edmonton, Alberta, costumam ser inferiores aos preços do Leste Asiático e de Conway, no Kansas, centro de referência do mercado de propano do Meio-Oeste dos EUA. Essa competitividade de preços sustenta a demanda pelo propano canadense tanto nos mercados asiáticos quanto no mercado dos Estados Unidos. A maior parte do propano exportado do Canadá para a Ásia é utilizada como matéria-prima para a indústria petroquímica, enquanto o propano exportado para os EUA é usado principalmente para aquecimento de ambientes, especialmente no Meio-Oeste Superior e no Nordeste durante o inverno.
O Canadá conta com dois terminais marítimos de exportação na costa da Colúmbia Britânica, que recebem propano transportado por trem a partir do oeste do país. As exportações marítimas de propano começaram em 2019, quando a canadense AltaGas iniciou a operação do terminal Ridley Island Propane Export Terminal (RIPET), com capacidade inicial de 46 mil barris por dia (b/d), atualmente expandida para 92 mil b/d. Em 2021, a Pembina passou a operar o terminal de Prince Rupert, com capacidade de embarque de 25 mil b/d de propano. Essas instalações foram os primeiros canais em larga escala do Canadá para exportações diretas de propano para a Ásia.
As exportações marítimas de propano do Canadá cresceram 10% entre 2023 e 2024, com quase todo o volume destinado ao Japão ou à Coreia do Sul, segundo dados da Vortexa. Como os terminais estão localizados na costa do Pacífico, uma embarcação pode chegar ao Leste Asiático com 15 dias de antecedência em relação a uma que saia da Costa do Golfo dos EUA.
A AltaGas, em parceria com a empresa holandesa Vopak, planeja construir um novo terminal adjacente ao RIPET, chamado Ridley Island Energy Export Facility (REEF). A primeira fase, com capacidade de 55 mil b/d, está prevista para ser concluída até o final de 2026. Esse aumento de capacidade deve impulsionar ainda mais as exportações marítimas para a Ásia e, em menor escala, para a costa ocidental da América do Sul e para o México.
O crescimento das exportações canadenses ocorre em um contexto de aumento da demanda global por propano, impulsionada pela produção petroquímica, especialmente nos mercados asiáticos. Até 2018, todas as exportações de propano do Canadá eram destinadas aos Estados Unidos. Embora os EUA ainda sejam o principal destino do produto canadense, responderam por apenas 58% das exportações em 2024, à medida que os embarques para a Ásia aumentaram de forma expressiva.
A maior parte das exportações canadenses para os EUA é realizada por trem desde 2015 — em 2024, 81% chegaram por ferrovia. O transporte ferroviário é escalável durante os meses de inverno, quando a demanda por propano atinge seu pico nos EUA. O propano enviado para a Costa Oeste dos EUA geralmente tem como destino Ferndale, no estado de Washington, onde a AltaGas opera um terminal de exportação de propano e butano. O produto é reexportado para o Leste Asiático ou distribuído para consumo residencial ou industrial nos EUA.
Uma parcela menor das exportações canadenses é transportada por oleoduto — cerca de 8% em 2024. De 2010 a 2014, antes da reversão do oleoduto Cochin, as exportações via dutos representavam cerca de 30% do total. As linhas 1 e 5 da rede Enbridge Mainline transportam o y-grade (mistura de líquidos de gás natural) de Alberta através dos Grandes Lagos. O propano é extraído nas unidades de Superior, em Wisconsin, e Rapid River, em Michigan, antes de o oleoduto terminar em Sarnia, Ontário.
Com o aumento da produção, as exportações canadenses de propano tendem a continuar crescendo. Com a expansão da capacidade de exportação marítima na costa oeste do Canadá, a maior parte desse crescimento deve se concentrar na bacia do Pacífico, especialmente no Leste Asiático.