A Sociedade Peruana de Gás Liquefeito alertou que 2,5 milhões de lares peruanos, o equivalente a 8,5 milhões de habitantes, localizados em áreas rurais e urbano-marginais, utilizam recursos sólidos nocivos, como lenha, papelão e esterco, principalmente para cozinhar seus alimentos ou gerar calor no inverno.

A queima desses combustíveis produz fuligem, que é inalada pelos membros da família, especialmente mulheres e crianças, resultando, a longo prazo, no desenvolvimento de doenças cardiorrespiratórias. Esse problema afeta 28% da população e gera elevados custos para o Estado com investimentos em saúde.

O uso de lenha para cozinhar ou aquecer também tem um impacto ecológico significativo. A SPGL alertou que essa prática incentiva o desmatamento indiscriminado sem promover a recuperação florestal, sendo um dos fatores que contribuíram para a perda de mais de 200 mil hectares de florestas amazônicas em 2020.

Jovan Pastor, presidente da associação, destacou que o substituto mais adequado para garantir o acesso de milhões de peruanos a um combustível limpo e seguro é o gás liquefeito de petróleo (GLP), atualmente utilizado por mais de 7 milhões de lares, dos quais 40% estão em áreas rurais.

Ele explicou que o GLP para consumo residencial vem sendo promovido pelo Fundo de Inclusão Social Energética, por meio de vales de desconto de até 20 sóis em seu preço. No entanto, ressaltou que esse programa precisa de melhorias para direcionar os vales às pessoas em situação de pobreza energética.

A pobreza energética, entendida como a incapacidade de um lar de garantir um fornecimento energético sustentável e eficiente, será tema de debate no evento acadêmico-empresarial PERÚ ENERGÍA Sur Arequipa, que acontecerá na quinta-feira, 3 de abril, no Hotel Costa del Sol, organizado pelo Prensa Grupo.

“No PERÚ ENERGÍA Sur, teremos a participação de altos funcionários, líderes empresariais e profissionais de diversas áreas. Um dos temas centrais será como facilitar o acesso das famílias a um recurso energético seguro, sustentado por uma ampla infraestrutura de armazenamento e distribuição em nível nacional”, afirmou.

Fonte: El Gas