Desde 2005, a Petrobras é obrigada a vender GLP com dois preços diferentes: um para o produto envasado em botijões de 13 quilos, mais usado em residências, e outro para vasilhames maiores ou a granel, mais usado por comércio e indústrias.
Em sua nova política de preços para o combustível, a estatal inclui, no preço do GLP industrial os custos de importação do produto, o que não ocorre no preço praticado para venda em botijões de 13 quilos. Ambos consideram ainda cotações internacionais mais margem de ludro da companhia.
A política de preços diferentes foi estabelecido no governo Lula em um momento de alta nas cotações internacionais do petróleo com o objetivo de conter a inflação. O preço do GLP para botijões de 13 quilos chegou a ficar congelado por 12 anos.
Atualmente, segundo estimativa das empresas do setor, o gás industrial está cerca de 40% mais caro do que o produto vendido em botijões de 13 quilos.
Oddone diz que a ideia é não incluir a diferenciação na nova portaria em elaboração sobre o comércio de GLP. Ainda assim, há uma resolução do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) que recomenda a adoção de preços diferentes, mas a avaliação do mercado é que uma mudança na ANP já liberaria a Petrobras.
A nova portaria deve ser publicada em outubro. Antes, será discutida em audiência pública com representantes do mercado e da sociedade.
Nela, a ANP quer eliminar também as restrições de uso, implantadas no início da década de 1990 como resposta à crise do petróleo provocada pela invasão do Iraque em 1991.
O diretor-geral da agência, porém, disse que a abertura deve ser gradual e condicionada a investimentos em infraestrutura logística para o combustível.
“A ideia é encontrar espaço para que o GLP possa competir de forma igual com outros combustíveis no conjunto da matriz energética brasileira”, disse.
O anúncio agrada às empresas do setor, disse o presidente do Sindigás (Sindicato das Empresas Distribuidoras de GLP), Sérgio Bandeira de Mello, que chamou as restrições ao uso de “esquizofrênicas”.
“O fim da diferença de preços é fundamental para atrair investimentos”, afirmou o executivo.
Atualmente cerca de 1/4 do mercado brasileiro é atendido por importações. Ao contrário do que ocorre em combustíveis automotivos, porém, as compras são todas feitas pela Petrobras.
http://m.folha.uol.com.br/mercado/2017/08/1910713-anp-quer-fim-de-diferenca-entre-precos-do-gas-de-botijao.shtml