Começou esta manhã (24) no Rio de Janeiro, o 35º Congresso da AIGLP, com a palestra da diretora de Petróleo, Gás e Combustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Heloisa Borges. Ela disse que o Brasil poderá se tornar exportador líquido de GLP ao final da década de 2020, com o crescimento expressivo da produção oriunda de UPGNs. De acordo com dados da EPE, a produção de GLP oriunda de UPGNs alcançará 26,8 mil m³/d em 2031, volume muito superior aos 8,9 mil m³/d produzidos em 2019 nessas unidades. Os destaques nessa área, segundo a diretora, são o início de operação em 2022 da UPGN do Polo GasLub (ex-Comperj), em Itaboraí (RJ), e o desenvolvimento da produção de gás natural na Bacia de Sergipe-Alagoas, na segunda metade desta década. Heloisa Borges também disse que, segundo pesquisa da EPE, entre 2019 e 2031, a produção de GLP deverá crescer em ritmo mais acelerado (+4,6% a.a.) do que a demanda nacional (+1,4% a.a.), reduzindo paulatinamente as importações do produto, até se tornar um superávit na segunda metade da década.
Pelas projeções da EPE, em 2031, as exportações líquidas de GLP representarão 7% da produção nacional. “Esperam-se mudanças significativas no setor de GLP nos próximos anos, tanto em função do fim da diferenciação de preços, quanto em decorrência da venda de ativos de refino e de processamento de gás natural pela Petrobrás. Durante esse processo, será exigida atenção à infraestrutura primária de abastecimento de GLP, que possui limitações”, afirmou a diretora.
Sobre as vendas de GLP, Heloisa Borges afirmou que múltiplos aumentos nos preços finais do produto ao longo de 2021 afetaram o consumo deste combustível nos últimos meses, especialmente em famílias de baixa renda. Segundo ela, com o início do Auxílio Gás dos Brasileiros, de âmbito federal, e de outros programas municipais e estaduais de transferência de renda para auxílio na compra de botijões por famílias de baixa renda, a EPE estima que as vendas de GLP devam se recuperar ao longo de 2022. Dados da EPE, mostram que nos últimos 12 meses (de janeiro de 2021 a dezembro de 2021 comparado ao período de janeiro de 2020 a dezembro de 2020) as vendas caíram 1,1%. Entretanto, as estimativas para 2022 é de que as vendas aumentem 0,9%, alcançando 7,5 milhões de toneladas, volume que deverá ser mantido em 2023.