Especializada no monitoramento de tanques, cilindros e no desenvolvimento de medidores inteligentes, a empresa portuguesa Intelligent Sensing Anywhere (ISA) vem atuando com força no segmento de GLP, com resultados importantes para os seus clientes, que geraram economia e eficiência. Para falar sobre a tecnologia da empresa e o mercado de GLP, o Sindigás entrevistou André Pimentel, diretor comercial da ISA.

 

Qual é a principal atividade da ISA?
A ISA é uma empresa portuguesa que faz monitoramento de tanques. Em mais de 30 anos, já foram instalados mais de 110 mil sistemas de monitoramentos de tanques. Temos também monitoramento de cilindros e medidores inteligentes. Todos esses equipamentos se ligam a uma plataforma para internet das coisas que está focada no mercado de óleo e gás, principalmente no downstream, reunindo os dados dos nossos equipamentos e os dados dos clientes para ajudar as empresas de distribuição de GLP a ter um trabalho mais eficaz, de forma atender melhor os seus clientes.

 

Quais são os principais benefícios dessas tecnologias, na prática?
Gosto de dar um exemplo concreto. No Canadá, temos um cliente distribuidor de GLP, um dos nossos maiores clientes, que começou fazendo um piloto com o sistema de monitoramento em 30 tanques. Ao fim do período de testes, esse cliente descobriu que passou a fazer 20% menos de entregas via caminhão, porque aproveitava mais cada viagem até o cliente para entregar uma quantidade maior de produto, ou seja, passou a necessitar de menos caminhões para distribuir a mesma quantidade. Isso se traduz em uma redução de custo muito significativa. Esse nosso cliente tem hoje 15 mil tanques monitorados. Todos os clientes perceberam que as entregas de baixo volume diminuíram muito e as de grande volume aumentaram muito, gerando maior eficiência e melhor serviço.

 

Como você avalia o mercado de GLP no Brasil?
No Brasil, tem sido um mercado tradicionalmente difícil para a área de monitoramento, especialmente devido à constituição do mercado, com a operação única da Petrobras. De um ano e meio para cá, temos observado uma mudança nesse cenário. As empresas privadas começaram a investir muito em armazenamento e sistemas de monitoramento para o segmento de distribuição, porque viram que há esse espaço no mercado e, assim, trazem as operações mais eficientes para os seus clientes. Há também para nós, que somos portugueses, uma dificuldade em relação a custos de importação e burocracia, já que não produzimos aqui. Estamos certificando nossos produtos nos órgãos brasileiros e temos certeza que é um investimento que vai valer a pena.

 

Vocês estão otimistas em relação ao crescimento desse mercado de monitoramento no Brasil?
Sem dúvida. Já tive oportunidade de conversar com algumas distribuidoras e todas mostraram interesse em empresas que vêm de fora com soluções novas para otimizar seus processos. Até mesmo com a ANP e eles vê com bons olhos a entrada de novas tecnologias para melhorar o armazenamento e a distribuição.

 

A ISA trabalha também com países na América Latina, quais as principais diferenças que você percebe entre o Brasil e outros países em relação a sistemas de monitoramento?
Acho que a principal diferença é o timing em que esses mercados começaram a usar as soluções. O mercado chileno, por exemplo, já está mais evoluído nessa área, uma vez que não há uma empresa dominante do mercado como a Petrobras. Então, os investimentos privados já acontecem lá há bastante tempo. O Peru e a Colômbia também já adotam as novas soluções de telemetria há algum tempo.

 

Essa é a segunda vez que a ISA participa da AIGLP. Qual a sua avaliação sobre o evento?
O evento está sendo muito interessante para a ISA porque conseguimos ter contato com várias empresas e temos a oportunidade de mostrar as nossas soluções. Essa é a segunda vez que marcamos presença e já reservamos nossa participação no evento em Lima, no ano que vem.